Somos O Que Pensamos

2 de junho de 2010

“Quem é você? Qual é seu nome?”

Olá!

Olá!

Estas são as primeiras perguntas que fazemos quando estamos tentanto conhecer uma nova pessoa. Normalmente elas nos fazem o mesmo…

Usar essa simples observação para introduzir aqui o nosso artigo não se trata meramente de algo simplório, ou banal. Quem somos, na realidade, vai bem mais além dos simbolismos que estamos acostumados a empregar no dia-a-dia. Observações muito aprofundadas e bem mais filosóficas podem ser feitas a este respeito. Qual a utilidade disso? Simples: elas podem nos ajudar a entender a nós mesmos, aos outros e, finalmente, a ser mais felizes!

Com o avanço das ciências o ser humano pôde, e ainda poderá, conhecer cada vez mais o mundo à sua volta e seus mistérios. Um desses vários mistérios trata-se do fato de que nós não somos simplesmente o que aparentamos, a forma física, mas, pelo contrário, somos o que pensamos.

Veja, por exemplo, como isso acontece na prática. Digamos que você queira cumprimentar alguém, como na figura acima. Em nossa cultura o mais comum é o aperto de mãos. Esse sinal evidencia que estamos recebendo a pessoa amigavelmente, e que ela está apta para ser um amigo nosso em potencial. Mas a pergunta é: será mesmo que estamos tocando a pessoa? — Para a maioria das pessoas, a resposta seria sim, evidentemente. Mas o que nós queremos demonstrar aqui é que, a pessoa, em si, não é realmente a superficialidade dos átomos de sua pele. Talvez isso seja um pouco complicado de se entender, mas vamos a uma breve explicação.

átomo
átomo

Todo o nosso organismo é formado por pequeníssimas partículas, que os cientistas chamam de átomos. Não somente nós, mas todo material conhecido no Universo é fomado por tais partículas. A união de vários átomos forma o que chamamos de moléculas, e estas, ao se juntarem, constituem as células. A célula é uma formação básica de todo ser vivo. No nosso exemplo dado acima, o de apertar a mão de um amigo, nos perguntamos se tocávamos realmente na pessoa. Bem, do ponto de vista comumente aceito podemos dizer que sim, que tocamos na pessoa. Mas, se formos pensar mais aprofundadamente, que é o objetivo deste artigo, chegamos a conclusão que, aquilo que chamamos de “pessoa”, na realidade, trata-se de um simbolismo de algo que é mais verdadeiro.

Quando nós tocamos numa pessoa ou em qualquer outra matéria,  sentimos por meio do tato a superfície em questão. Percebemos se é macia ou dura, fria ou quente, ruim ou agradável. Mas, levando em conta a realidade, o que ocorre ali é um simples repelir de átomos e não uma fusão. Quando a nossa mão toca no rosto de alguém que amamos, por exemplo, para fazer uma simples carícia — os átomos que formam as células da outra pessoa repelem os átomos que formam o nosso corpo. Nunca podemos adentrar na pessoa, mas simplesmente ser repelidos pela sua forma física e ilusória.
 
 
Um caminho mental
 
Surge, então, a dúvida de como poderíamos adentrar nas pessoas. Como podemos realmente conhecer as pessoas de uma forma que não seja simbólica ou fictícia? — Estes questionamentos são importantíssimos, pois muitas vezes nos iludimos imaginando que as pessoas são o que apresentam na parte física, “atômica”… Claro que isso é, como já comentado, um ilusionismo. Os nossos sentidos nos iludem o tempo todo, com falsas percepções. Não somos nós muito presos a imagens ou representações? Não é interessante tal ideia, de que aquilo que consideramos como o concreto na realidade é o simbólico?
Muito bem, então como podemos nós interagir com as pessoas de forma real? — Só há um meio: pelas palavras. Sim, por meio da troca de informações, na comunicação.
O cérebro humano é o reservatório dos “eus” pessoais. Ele é a parte física, ainda limitada, do que queremos conhecer e participar delas, as pessoas. Para atingirmos isto devemos transmitir e receber ondas sonoras, advindas do nosso cérebro, que serão receptadas e vice-versa na conversação.
O processo mais humano possível é o da comunicação. Devemos condenar qualquer processo ou fenômeno social que procure impedir essa peculiaridade humana! Veja como essa nossa reflexão toca até mesmo no tema da liberdade de expressão!…
Como funciona o ser humano na formação de uma personalidade própria? Não é por meio do processo de socialização? Desde o nascimento (alguns dizem que até mesmo antes!) recebemos e enviamos estímulos do meio em que estamos inseridos. Sem este processo social jamais seríamos quem somos, e pior: jamais seríamos humanos!
O dito acima comprova que a nossa idiossincrasia (modo ímpar de conceber o mundo) é, na verdade, também de outros. O que encaramos como propriamente nosso não seria de tal forma se o tivéssemos concebido noutro contexto. Agradeça, de certa forma, ao seu meio pelo que você é…
Agora, sabendo dessa idiossincrasia, como não poderíamos sentir a necessidade (que é em si natural) de nos conectarmos a outras idiossincrasias? Veja — não é meramente conhecer “pessoas rostos”, como no Orkut ou MSN, onde quanto mais pessoas adicionadas melhor! Trata-se de conhecer “pessoas mundos”. Devemos mesmo é querer conhecer o que representa cada visão de mundo por trás de cada rosto.
O processo narrado acima nos possibilita nos livrar daquele impedimento “atômico” explicado no início. Se nós deixarmos, e as pessoas deixarem, por meio da troca sentimental, podemos finalmente conhecer pessoas, isto é — conhecer vários universos de pensamentos e de experiências únicos e nisto conseguir a “eternidade”. Isso é a única forma verdadeira de se achar algum tipo de felicidade nesta nossa tão curta existência física e ilusória! Você não acha?

O que é preciso pra ser feliz?

19 de março de 2009
O que é felicidade?

O que é felicidade?

Um filósofo hebreu, o conhecido rei Salomão, certa vez fez a si mesmo indagações interessantes sobre assuntos relacionados à felicidade humana. Num dos textos antigos de sua autoria, ele registrou as seguintes palavras:

“Nem mesmo muitas águas não são capazes de por fim ao amor, nem podem os próprios rios levá-lo como numa enchente. Mesmo se um homem desse todos os bens valiosos de sua casa em troca do amor das pessoas, elas ainda assim os desprezariam.” (Citação do livro bíblico de Cântico de Salomão, capítulo 8 e verso 7)

14Interessante tal passagem. Ela ilustra um fato indiscutível sobre a felicidade humana (que neste caso pode ser representada pelo amor): ela não pode ser comercializada. Esse fenômeno chamado felicidade ocorre de forma espontânea e sem direcionamentos cem por cento planejados. Não há, também, até onde eu sei, uma fórmula mágica para se conseguir tal coisa puramente humana. Isso é um assunto muito complexo.

Mas, uma coisa é certa e indiscutível: o homem é culturalmente acumulador de conhecimentos. Todas as coisas abstratas que conhecemos foram historicamente formuladas e transmitidas a nós, de forma pronta. Todavia, deve estar se perguntando, o que este fato tem a ver com a felicidade? Ora, tem tudo a ver!

4Se a felicidade não tem uma fórmula única de ser alcançada isso ocorre, na verdade, porque trata-se de uma abstração. Mas o que são abstrações? Não são conceitos? Isso mesmo, são conceitos. Os conceitos são culturais. Essa necessidade abstrata de felicidade é cultural. Concluímos, então, que fatores culturais, estes sim é que podem contribuir para a nossa felicidade. Mas quais são os fatores culturais? Vejamos:

Em primeiro lugar, devemos ter presente o fato de que o ser humano é uma espécie social. Isso já nos coloca um aspecto importante para a felicidade pessoal: a necessidade  do “outro”. Você entende bem essa necessidade? Conhece alguém que é feliz sozinho? Talvez diga que sim, devido ao encurtamento das relações humanas que foi provocado pelo avanço das técnicas de comunicação, como a internet, por exemplo. Mas meditemos um pouco sobre isso: será mesmo que tais técnicas de comunicação ou interação avançadas realmente suplantaram tal necessidade humana? Não; não suplantaram! O que ocorreu na realidade foi apenas uma mudança nas relações mas não o fim delas. A necessidade de interação e integração continua intacta!

6Mas por que dizemos que tal interação humana é tão importante para a felicidade? Ora, pelo simples fato já comentado: ela (a interação) supre uma necessidade ontológica, intrínseca, inerente. Quando o ser humano deixa de atender às suas necessidades fisiológicas inerentes, as partes fisiológicas de seu organismo saem prejudicadas. Isso ocorre exatamente igual com os fatores culturais ou sociais.

8Existem outros fatores culturais, isto é, que foram construídos socialmente e que são importantes para a nossa interpretação sociológica da felicidade? Sim, podemos dizer que existem! Mas quais?

A necessidade de espiritualidade. Já ouviu falar sobre isso? Com certeza deve ter ouvido. Esse fator socio-cultural é importantíssimo. É primordial que satisfaçamos essa necessidade puramente humana, proveniente da capacidade de abstração humana. No entanto, é importante uma ressalva! Não confundamos a espiritualidade com religiosidade! A religião, a filosofia ou a seita que escolhemos seguir em nossas vidas não constitui cem por cento a satisfação de nossa necessidade espiritual. Esses são apenas meios pelos quais os homens e mulheres procuram tal satisfação, mas eles não são a satisfação em si, a priori. Essa admoestação pode ser importante para que se evitem extremismos ligados à tentativa de satisfação de nossa necessidade pessoal. Queira notar que essa necessidade é cultural, logo será, automaticamente, relativa!

7A familia. Esta é uma grande descoberta do gênero humano na sua estrada de progressão! Quando o homem progrediu em humanidade o fez em grupos, em famílias! Essa instituição socio-cultural é a base da felicidade humana. É nela que ocorrem as transmissões dos demais fatores culturais por meio da aprendizagem das abstrações. A apreensão do que é ser humano, do que isso significa, ocorre inicialmente na própria família. E tal palavra é de tão importância que pode ser altamente relativizada, amplificada. A família pode significar quaisquer grupos de significação para o indivíduo que sejam! Pode ser um pai e uma mãe, um avô e uma avó, só um pai ou só uma mãe, dois pais ou duas mães, tanto faz… O significado de família é institucional, é eterno. Ele faz parte da satisfação de uma necessidade humana inerente e básica!

5A natureza. É um ponto indispensável a se considerar no assunto da felicidade. Embora muitos afirmem que o homem suplantou o seu estado natural por ter formado cultura e ter, com isso, se diferenciado do restante da natureza, isso evidentemente constitui um equívoco. Nós somos formados fisicamente de elementos idênticos aos da natureza. As nossas moléculas são formadas de átomos de Carbono, o mesmo elemento que constitui as moléculas da terra onde nascem as plantas. O ar que respiramos é o Oxigênio e liberamos um outro, o gás carbônico; este, por sua vez, serve para a respiração das plantas, que liberam o nosso Oxigênio. Trata-se de um processo de inter-dependência. Como podemos dizer ou concordar que o ser humano é diferente ou está fora da natureza? Todos os ciclos naturais que ocorrem fisiologicamente com os demais seres vivos estão presentes em nosso corpo: nascimento, crescimento, reprodução, evelhecimento e morte. A única diferença é a capacidade de abstração. Cremos que um dos fatores mais importantes para a felicidade humana é ele, o homem, apreender e aceitar o fato de que faz parte da natureza e que a nossa existência é física, fisiológica e finita. O que ocorre além de nossa existência física (se é que ocorre) trata-se de algo abstrato, pertencente ao plano das idéias. Consegue aceitar tal idéia?

3Materialismo. Também conhecido como apego aos bens materiais. Esta palavra está aqui usada no senso comum, no sentido mais conhecido popularmente. Ora, contribui tal fenômeno para a felicidade humana? Bem, a pedra de toque que estamos analisando aqui são os fatores socio-culturais como referência para a nossa felicidade, visto que esta trata-se de uma abstração proveniente desses. É o materialismo um fator socio-cultural? Sim, sem dúvida! Essa concepção de que para ser feliz o ser humano necessita de mais e mais bens materiais foi historicamente construída.  Muitas vezes está ligada a uma visão de individualismo, coisa que só existe no plano das idéias, pois ninguém é, de fato, individualista, visto que existe em sociedade e carece do “outro” para reafirmar o seu “eu”. Bem, uma coisa é certa: assim como o individualismo só existe ideologicamente, o materialismo parece caminhar na mesma trilha. É fato antropológico a afirmação de que o ser humano, por ser fisiológico, sente-se bem em suprir necessidades físicas. Isso dá prazer resultante da satisfação física. Portanto, o materialismo, quando interpretado como tal satisfação, pode ser incluído no fator de felicidade devido a esta questão fisiológica. Todavia, àqueles que o direcionam (o materialismo) apenas ao campo ideológico, sem nenhuma significação socio-cultural ou fisiológica, deparam-se muitas vezes com frustrações e descontentamentos, convivendo, na maior parte do tempo, com um sentimento de vazio e falta de felicidade!

Bem, os fatores socio-culturais envolvidos na temática felicidade são muitos e variados! Uma coisa não podemos negar: a interpretação do que traz a felicidade ou do que é felicidade sempre será relativa. Nós jamais devemos tentar interferir na forma como as pessoas se sentem pessoalmente felizes, desde que elas mesmas nos peçam tal “ajuda”. A felicidade, além disso, é uma jornada, e não um caminho. Basta você começar a se sentir feliz e isso irá cada vez mais se tornando realidade, uma realidade pessoal e abstrata!

 

 

9

Você se considera feliz?

 
(∞ Marcondes Lucena, sobre a felicidade ∞)
 
 

O Sonho Real

13 de outubro de 2008

Você já sonhou que estava sonhando?

Sonho ou realidade?
Sonho ou realidade?

Isso é bem comum de acontecer. Mas, querendo ou não, esse tipo de experiência nos ajuda a explicar muitas coisas do ponto de vista material. Essa tentativa de explicação pode ser útil no sentido de não tentarmos atribuir todos os fenômenos às coisas espirituais. Mas em que circunstâncias o sonhar com a realidade pode ser útil? Bem, eu escolhi alguns pontos interessantes que são de interesse universal.

Estávamos analisando duas situações intrigantes, contadas por pessoas que têm uma mentalidade sã e que têm tentado dar explicações materialistas aos fatos. Na primeira situação, contou-se que um homem estava deitado, preparando-se para dormir, de bruços para baixo. E aconteceu que de repente ele sentiu uma mão (ou força) lhe pressionando as costas contra a cama, como numa tentativa de sufocá-lo. Bem, de acordo com a narração, o homem conseguiu sentar-se, ofegante, e só aí percebeu que a cama realmente havia se balançado com a experiência, dando a entender que houve algo físico naquela situação. Que explicação se poderia dar neste caso? 

Uma coisa é certa e que deve nos servir de pressuposto nas explicações científicas da realidade: se existe um mundo espiritual (e eu creio timidamente que sim) ele não entra em contato conosco de formas tão simplórias. É claro que muitas coisas neste vasto Universo não possuem explicações razoáveis. Mas, embora nem tudo seja suficiente, precisamos adentrar mais profundamente no materialismo antes de nos aventurarmos nas explicações mitológicas e fictícias do espiritismo popular! Muitos fenômenos (para não dizer todos) podem ser explicados à luz da ciência. A interpretação de tais explicações muito dependerá da concepção ideológica das pessoas que a recebem. Às vezes um mesmo fato pode ser interpretado de formas completamente variadas por pessoas com visões diferentes, embora o dado fenômeno seja a priori à concepção do observador. Quem tem esquizofrênia o fenômeno é a própria interpretação!

O exemplo dado acima pode ser explicado por embasamento na psicologia, psiquiatria ou por qualquer conhecimento ligado à neuro-ciência.

 O que ocorre é que o nosso sono possui vários estágios de profundidade e que tais estágios não são completamente entendidos atualmente. Ora, as experiências ou fenômenos ocorridos por alguém durante um momento de sonolência podem ser explicados por se aderir à tal conhecimento dos estágios do sono. O momento inicial de sonolência é muito frágil, sendo que o indivíduo pode dar um pulo na cadeira a qualquer momento, pensando que vai cair. Isso já aconteceu com você? Alguns interpretam que isso acontece devido a algum espírito que passa próximo à pessoa. Será verdade?

Nesse estágio de sonolência inicial, que também pode ocorrer um pouco antes do despertamento por ser um estágio e não especificamente um momento, é comum acontecimentos circundantes da realidade penetrarem na cena visualizada no sono. Ou seja, se um indivíduo estiver sonhando enquanto estiver neste estágio de sono, pode ser que as imagens ou sons do sonho sejam as mesmas que estejam presentes no local em que se encontra. Quem nunca sonhou que estava ouvindo uma música e quando acordou a mesma música estava tocando? Ora, mesmo neste estágio de sono a pessoa realmente já está dormindo, é evidente. Isso é importante para explicar aqueles sonhos em que a pessoa visualiza o local em que está, mas não consegue se mover. Neste caso, parece que a pessoa tenta sair do sonho mas não consegue, porque, mesmo vendo a realidade, está dormindo. Isso causa uma sensação muito estranha em quem a vivencia.

 No nosso primeiro caso dado no início, a experiência parece revelar alguém no estágio inicial de sonolência. É provável que o rapaz estivesse no limiar do sono, exatamente naquele estágio entre o acordado e o dormindo! O fato dele realmente ter sentido algo físico pressionando as costas revela que o corpo não estava imóvel, mas sim ainda reagindo de forma bastante ativa com a realidade. A falta de ar pode ser atribuída a posição em que estava deitado, isto é, de bruços. Num dado momento a corrente de ar pode ter sido interrompida aos pulmões, sendo interpretado pelo cérebro no “sonho” como um sufocamento causado por alguém. O corpo reage, provocando impulsos nervosos. A pessoa pula da cama, nervosa. O fator religioso dá umas pinceladas ideológicas. O fenômeno está ocorrido!

 O segundo caso ou experiência que precisamos narrar aqui também está inteiramente ligado às neuro-ciências. Um rapaz sentou-se no sofá após o almoço para descansar um pouco. Ele tenta relaxar, de repente começa a ouvir uma música estranha como que se aproximando… O som é peculiar, inexplicável, diz ele. O corpo tenta mover-se, mas nada consegue. O rapaz tenta chamar por alguém, mas não há fala acessível. E o som se aproxima cada vez mais. Até que o rapaz se lembra de Jesus Cristo e volta seus pensamentos para ele. O crescente som desaparece e o corpo do rapaz é liberado novamente. Que experiência “espiritual”!

O meu amigo que passou por essa experiência fala um pouco sobre o tipo de música ouvida, mesmo não sabendo realmente como defini-la. Ele diz que a letra era de alguma forma incognoscível cantada por meio de instrumentos musicais! Os instrumentos cantavam a própria música e o som saia ao mesmo tempo, como se fosse um coral de instrumentos. Isso não parece possuir lógica interpretável. O interessante nisso tudo é como coisas completamente sem nexo podem receber um significado surpreendente enquanto sonhamos!

É claro que o acontecido narrado acima não pode ser interpretado de forma homogênea por todos. Os fatores ideológicos atribuem várias possíveis explicações aos fenômenos, como já comentado. Mas nós, comprometidos com o materialismo, devemos ter como tentativas de explicação primárias as que estejam ligadas à própria condição do cérebro ou da mente humana.

 Este último caso também pode ser atribuído a nossa premissa das experiências decorridas do estágio limiar do sono humano. Como sabemos, o rapaz havia acabado de almoçar, o que provoca um estágio de sonolência natural no corpo. Ao sentar-se no sofá, é provável que o corpo tenha iniciado um leve sono, quase imperceptível. É justamente nesse “sono imperceptível” que as coisas acontecem! A pessoa ao mesmo tempo dorme e vê a realidade. Mesmo vendo a realidade com os olhos, ela está dormindo, o que explica a falta de controle sobre o corpo. Os membros ficam paralizados, inclusive a voz, que é sufocada! O corpo procura de todas as formas sair daquela situação: seja por um impulso nervoso, um pulo no sofá ou por um grito, seja lá pelo que for —  a pessoa consegue despertar! No caso desse rapaz, o que o despertou foi pensar em Jesus Cristo. É evidente que o fator religioso foi muito importante neste caso. O cérebro deve ter reagido diante do pensamento religioso, causando impulsos suficientes para o despertamento. Ao acordar, é normal que se atribua todo tipo de descargas ideológicas a tais experiências!

Tudo está na sua mente!

Tudo está na sua mente!

Bem, a conclusão que podemos chegar aqui é a seguinte: que existem realmente explicações plausíveis para muitas das nossas experiências do dia-a-dia. Não devemos, embora tenhamos liberdade para fazê-lo, atribuir todos os fenômenos ao mundo espiritual. O sono, quando num estágio inicial, pode ser confundido com um “sonho real”. Esse princípio pode se encaixar em todos os dados fenômenos, desde uma mesa branca do espiritismo “científico” a um centro de macumba, ou de gritos na Igreja Universal a um transe na Igreja Católica Romana. Tudo está na sua mente. Você acredita?